Wednesday, September 7, 2011

NA CRATERA DO VULCÃO!!!





Parece até estória de pescador. Na ilha de Tanna, Vanuatu, existe um vulcão em erupção, que está aberto à visitação. Como não poderia deixar de ser, estivemos lá para conferir. 
Vanuatu é um arquipélago em “Y” formado por 80 ilhas, localizado nos limites da placa tectônica do Pacífico que está sendo forçada por sobre a placa Indo-australiana. Esta ação causa freqüentes erupções vulcânicas, terremotos e tsunamis algumas vezes. Neste país encontram-se nove vulcões ativos, sendo dois sob águas oceânicas. Portanto, saídas de fumaça e banhos termais são comuns e todo o arquipélago.
De Port Resolution, onde estávamos ancorados, até a cratera do vulcão Yasur, levamos cerca de 3 horas de caminhada. No caminho, demos uma parada no local onde ocorriam os festejos da semana da independência de Vanuatu. Dentre modalidades esportivas que conhecemos como futebol e vôlei, assistimos também à escalada em coqueiros e à prova da água fervente. O ganhador levou pouco mais que 30s para subir um coqueiro de cerca de 30m, derrubar um coco e descer. Na prova de água fervente, os competidores bebem um copo cheio d’água fervente em poucos minutos.  
Na caminhada morro acima em direção à cratera do Yasur, já podíamos escutar o estrondo surdo das explosões e sentir aquele odor de enxofre típico. Pisamos no topo da montanha ao entardecer. De lá assistimos ao pôr do sol e ao show de fumaça e erupções que aconteciam a todo minuto, acerca de 100m de distância de onde estávamos. Ao cair da noite, o festival pirotécnico se tornou ainda mais impressionante. Podíamos então enxergar a sopa de lava borbulhante, enormes bombas de lava sendo expelidas até uns 300m de altura e a calda vermelha que elas formavam. Tudo isso ocorria em geral dentro do perímetro da cratera.


Entretanto, de onde estávamos, no topo da montanha, observávamos que algumas vezes a lava caia fora deste perímetro. O vento à favor fazia com que a maioria destas - pelo menos as pequenas - caíssem em sentido oposto ao que estávamos e isso nos dava um sentimento de segurança. Contudo, se de fato estávamos em local seguro, temos dúvida. Aonde estávamos havia toda a sorte de rochas petrificadas, e acreditamos que ninguém as tenha carregado até ali só para passar o tempo.
Bem, se não estivéssemos lá assistindo às erupções, ouvindo as incríveis explosões envolvidos na fumaça e sentindo as cinzas frias sobre a pele, talvez não acreditaríamos que é possível observar, de tão perto, um vulcão em plena atividade.
Para estender a nossa estada neste espetáculo de montanha, eu, Francis e Lise acampamos e passamos a noite há uns 300m da cratera do Yasur. Para isso, conseguimos uma licença especial do gestor do Parque, já que isso não é permitido a todos os visitantes. Fizemos fogo para afastar o frio e degustamos nosso super miojo  acompanhado de uma garrafa de malbec neo-zelandês. Permanecemos ali, batendo papo até altas horas da noite, apreciando o céu avermelhar-se a cada erupção. Pela manhã, preparamos nosso café vulcânico em uma das saídas de fumaça do Yasur, próxima ao nosso acampamento: zero emissão de carbono adicional!


Yasur, nossos cumprimentos pelo show de natureza. Inesquecível!  

Sunday, September 4, 2011

Recifes de Corais, festival de formas e cores

Avaliação de Corais nas Ilhas de Lelepa, Efate, Emae, Malekula e Espiritu Santo, Vanuatu.

"Giant Clam"


"Reef Shrimp"

Recifes de corais são tesouros biológicos dos oceanos. Vivem em corais maior variedade de plantas e animais do que em qualquer outro habitat oceânico. Ao longo dos anos, um vasto grupo de animais e plantas tornaram-se associados aos recifes de corais, criando um dos mais fascinantes, complexos e biologicamente diversos ecossistemas da Terra. Pelo menos 350 milhões de pessoas e um quarto da vida oceânica dependem de recifes de corais para a sua alimentação e sobrevivência (ref. www.reefcheck.com).

Peixe de coral "Sweet lips"

Os corais são celenterados, classe de animais que também inclui anêmonas e águas-vivas. São formados por milhares de pequenos pólipos agrupados em colônias que se aderem em superfícies rígidas do leito do mar. Corais são basicamente animais carnívoros e geralmente alimentam-se à noite. Durante o dia os pólipos estão retraídos em seus alojamentos e não são visíveis, mas à noite eles se expandem para a captura de pequenos animais. Por isso é somente durante à noite que podemos melhor observá-los em sua exuberância de formas e cores.

"Hard Coral"

Entretanto, a saúde destes ecossistemas infelizmente está em risco. Apesar da aparência robusta, os corais são frágeis e podem ser estragados por um simples toque gentil. Os impactos mais sérios, contudo, são os causados pelo toque nem um pouco sutil dos homens. A pesca em demasia, também conhecida como predatória e a poluição têm devastado numerosos recifes de corais em todo o planeta.


Durante as duas últimas semanas, a tripulação Infinity foi treinada e capacitada por Kattie Thomson da fundação Reef Check Vanuatu (www.reefcheck.org) para a avaliação de recifes de corais na região do Indo-Pacífico. O treinamento incluiu biologia, metodologia, categorias de substratos, identificação e contagem de indicadores de peixes, invertebrados, ação de predadores e doenças. Práticas in locco incluiu snorkel e mergulho em recifes de corais.

Coroa de Espinhos - Predador natural de corais.

Reef Check é uma organização não governamental internacional dedicada à recuperação e manutenção da saúde dos recifes de corais. A sua principal missão é o treinamento de voluntários para a monitoramento da condição dos recifes ao redor do mundo. Com os dados coletados, Reef Check atua na preservação de recifes e faz o seu devido gerenciamento.

"Pencil Urchin"

Os nossos snorkels e mergulhos que já eram visualmente incríveis, agora ganham um novo sentido: eles ajudam a preservar o maravilhoso ecossistema de recifes de corais!

Equipe do Infinity realizando avaliação de Recifes




" Giant Clam"



"Trevally" - alimentam-se de peixes de corais


Grande abraço a todos!