Friday, November 23, 2012

CREME DENTAL NATURAL - Como fazer

Um pequeno passo para uma vida mais simples e independente!



Já imaginou as consequências de não precisar comprar produtos de limpeza e higiene?

Significa INDEPENDÊNCIA!

A sensação de não precisar do supermercado é muito boa. As "crises" econômicas nos afetam muito menos, não consumimos substâncias que não temos idéia do que nos causam e nosso precioso tempo não é povoado pelo terror do aumento de preço, desemprego, etc. Sem falar no prazer de usar algo que nós mesmos preparamos com carinho.

Neste post, dividimos uma receitinha que aprendemos e estamos usando de Creme Dental Natural. Fácil de fazer, baratinha, salgadinha e sem gosto de químicos sintéticos.

Assista o video:



Além de creme dental, aprendemos a fazer todos os produtos de higiene e limpeza que uma casa pode precisar, TUDO com produtos naturais.

Se interessou? Experimente fazer também e pesquise na net para muito mais receitas! Compre livros e aprenda como fazer!

Esperamos que gostem!

Raquel e Francis


Friday, October 12, 2012

É o AQUECIMENTO GLOBAL uma falácia?


Nota aos distintos leitores sobre o conteúdo não-científico desta publicação, clique aqui.

Ampliando a visão sobre o meio ambiente da Terra

Em 2010, quando lançamos nosso programa voluntário de redução de consumo  tínhamos algumas certezas, com base em nossas experiências anteriores. Dissemos na primeira postagem que "... crescimento econômico em si é um paradigma... tal crescimento acelerado dos últimos séculos, causou perdas indubitáveis a Terra,... o aquecimento global e suas conseqüências, como desequilíbrio planetário e destruição em massa da natureza ".

Mesmo com essas certeza na mochila, ainda considerávamos a possibilidade de estarmos equivocados, de termos informação insuficiente. Seria  possível, por exemplo, que o Planeta estaria placidamente se ajustando a todas as atividades humanas e, portanto, reduzir nosso consumo seria uma decisão tola. Mas, em qualquer caso, viajar parecia se encaixar perfeitamente ao objetivo de entender o que se passa no Planeta, seja para confirmar ou invalidar nossas idéias. E afinal, o que é melhor do que verificar in loco e dedicar tempo para coletar informações quando se quer debelar possíveis enganos?






Bem, depois de 21 meses de viagem, ...

Friday, October 5, 2012

Guerra na Europa? Não. "Apenas" matança de pássaros


Neste momento em que escrevo este post, ouço milhares de estampidos de tiros no entorno da fazenda Jardim da Paz, onde voluntariamos, na região de Puglia, sul da Itália. São 8:30 da manhã e desde 6:30, os tiros são incessantes. Acabo de retornar de um passeio de bicicleta com os cães aqui da fazenda, quando tentei filmar a ação dos caçadores. Encontramos alguns de seus carros estacionados nas margens das estradas rurais, e até vimos alguns deles atirando, mas não pudemos chegar perto suficiente para filmar, pois obviamente estaríamos em risco.
Durante todo o tempo que gravamos, ouvimos tiroteio intenso, e em algumas ocasiões, os tiros foram tão próximos que até os cães da fazenda, acostumados com esta realidade, ficaram muito assustados. Se as imagens que fizemos não fossem de maravilhosos campos de oliveiras, pelo som, seria razoável dizer que se trata das imagens produzidas pela mídia de guerra cobrindo a invasão de Bagdá, na infame "guerra ao terror" inventada nos EUA.
Tudo isso é muito surpreendente para nós. Estivemos percorrendo, nos últimos dois anos, 15 países, muitos deles com baixíssimos índices de educação e considerados pouco civilizados (o que não concordamos de nenhuma maneira). Pelo menos dois destes países (Solomons e Camboja) estiveram até muito pouco tempo em longos conflitos. Mesmo nestes locais, com feridas ainda abertas por estas guerras, não há um espírito bélico nas pessoas e atirar, matar - ainda que animais - está longe de ser um prazer. Não sabemos se a caça tão extensiva ainda é prática em outros lugares, mas onde passamos, pessoas que usam armas de fogo por prazer são raríssimas.

Quando chegamos na Itália, obviamente não  esperávamos encontrar vestígios deste "esporte". Principalmente porque conhecemos inúmeras pessoas  e projetos fantásticos neste País - que é MARAVILHOSO.

Mas infelizmente, para nossa desolação, descobrimos que, pelo menos onde estamos voluntariando, os finais de semana soam como uma verdadeira guerra! A matança de pássaros inicia nos Sábados pela manhã, bem cedo, e não se encerra antes do Domingo á noite, quando todos os pássaros "desaparecem" na escuridão.

Segundo alguns locais com quem pudemos conversar, esta barbárie se estende de Setembro a Janeiro, quando pequenos pássaros migratórios passam por esta região, no sul da Itália, à caminho da África, onde vão escapar do inverno Europeu. Nos disseram ainda que, para fazer uma única refeição, são necessários muitos pássaros, pois são muito pequenos. As licenças para caçar são onerosas e as armas e munições, também muito caras. Disso se conclui, sem chance de errar, que há um verdadeiro exército de pessoas que o fazem APENAS pelo prazer de matar. Tudo isso aqui, no coração do Velho Mundo, "modelo de civilização".

Em duas horas de caminhada próximo ao Jardim da Paz, recolhemos esta caixa de cartuchos de espingardas. Se continuassemos a recolher, caminhando pelos campos de oliveiras, encheriamos varias caixas por dia, em qualquer direção que caminhassemos.

Ironicamente, a maior concentração de caçadores acontece nesta região onde fica o primeiro Jardim da Paz da Europa, que é parte de uma grande organização mundial que busca o desenvolvimento humano holístico e, em Ceglie Messapica, há mais de uma década, promove a Paz Verdadeira entre os povos, através de várias ações positivas, como a iminente substituição do Calendário Gregoriano pelo calendário natural de 13 Luas, e a implantação de um novo modelo de sociedade baseado em cooperação. Desde que se estabeleceu neste local, o Jardim luta para transformar a área numa reserva e eliminar assim o cheiro de pólvora, sangue e a péssima energia de morte que, de Setembro a Janeiro, empesteia o ar fresco e perfumado característico da região.

Gostaríamos muito de voltar ao Jardim da Paz, pois é um centro de cura e desenvolvimento que nos proporcionou aprendizado muito intenso em duas semanas. Também gostariamos de estimular muitas outras pessoas a terem esta experiência. Mas receamos encontrar a mesma realidade de matança de pássaros, inconcebível para os dias de hoje, principalmente no continente advogado como "modelo" de civilização.

Também não podemos deixar de dizer que nos sentimos um pouco frustrados desanimados, face a esta realidade. Nos damos conta que, ao mesmo tempo em que nós mudamos completamente nossas vidas, de uma situação cômoda no mundo corporativo para uma vida mais frugal para promover a sustentabilidade e equilíbrio do Planeta - que beneficiará à TODOS - outras pessoas se dedicam a matança de seres que fazem parte da natureza e do equilíbrio deste Planeta. E o fazem apenas pelo abominável prazer de matar. Outra dolorosa ironia que gostariamos de ver convertida em alegria!

Francis e Raquel

Saturday, September 29, 2012

3º Relatório de Pegada Ambiental



Relatório gráfico de emissões. 
Nesta fase do nosso projeto de desaceleração, o atingimento da redução em emissões de carbono não se parece muito com objetivo do começo do projeto. Durante os três primeiros semestres tivemos de fato uma grande redução, sempre perseguindo a meta proposta de 2 toneladas / ano / pessoa. No entanto, não conseguimos manter tal nível devido principalmente os deslocamentos de veleiro quando não havia vento – usando então o motor – e quando sobretudo viajando em terra ou voando, o que tentamos minimizar, mas não foi sempre possível. Sinceramente, não estamos muito satisfeitos com nossas emissões atuais, mas esta é a verdade que temos de enfrentar.

Essa realidade nos revelou que, mesmo com esforçando para evitar vôos e movimentos desnecessários, sempre que se viaja utilizando transporte a base de combustíveis fósseis, as emissões serão provavelmente maiores do que nosso objetivo.

Recuperação de móveis antigos. Apesar das emissões maiores do que desejamos, continuamos perseguindo maneiras de viver com baixo impacto ambiental.

Uma vez decidido que viajar seria um aspecto importante da nossa jornada pela vida simples e sustentável, agora temos de enfrentar e buscar alternativas para esta realidade. Uma opção que consideramos agora é compensar as emissões deste período quando voltarmos a nos estabelecer em algum lugar.

Enquanto não nos estabelecemos, seguimos voluntariando em
comunidades que buscam sustentabilidade.
Aqui, ajudamos na contrução de uma estufa para produção de comida no
inverno e silvicultura, em Fiumicino, na Itália.

A estufa pronta, construida com 100% de materiais reciclados,
encontrados na propriedade onde voluntariamos.

A compensação deve assegurar o seqüestro de carbono em quantidades pelo menos equivalentes às nossas emissões dos dois anos em que estivemos viajando. Para isso, estamos realmente empenhados em planejar e conseguir contrabalançar todo o necessário em nosso próximo assentamento e talvez, compensar todas as nossas emissões causadas por nós desde o nosso nascimento. Por que não?

Uma maneira de contribuir com o desenvolvimento holístico das nossas sociedades é participar ativamente na educação. Nossa equipe dfE ensinou conceitos de Ecologia e preservação de Patrimonios Histórico e Cultural para mais de 250 jovens estudantes na China,
por sete semanas, em associação com a UNESCO e com a
CSETC (Chinese Society of Education Training Center).

Algumas pessoas podem agora estar perguntando "por que tanta preocupação com emissão de carbono?"

Bem, tendo ou não esta questão agora, todo esse debate leva para o próximo post, que estará publicado em muito breve: "As mudança climática são uma falácia".

Obrigado pela leitura!

Comentários, críticas, gabaritos. Todos bem-vindos!

Equipe dfE

Transformando entulho em alimento para a horta:
O  genial "Canteiro de Holzer".
Em Fiumicino, Itália

Saturday, September 8, 2012

CARTA AO PAIS

Vida em comunidade, na fazenda Projeto Panya, em Chiang Mai, na Tailândia.
Na Panya, fomos introduzidos à PERMACULTURA


Este post é a adaptação de uma carta aos nossos Pais em resposta a uma oferta de apoio para iniciarmos um projeto de permacultura no Brasil, ato de generosidade e valorização da Vida e da Terra. Dividir este conteúdo é uma tentativa de estímulo a interação e integração das famílias no nosso País e também um convite ao entendimento desta grande idéia que é a Permacultura.

*** Carta aos Pais ***

"Queridos Pais,

Ficamos muito surpresos e comovidíssimos com a proposta de vocês. Não temos palavras para agradecer e honrar mais esta imensa demonstração de de amor, confiança, generosidade e tantas outras coisas que continuamente fluem do coração de vocês para os seus.

É claro que consideramos qualquer idéia. Na verdade , não temos nada fixo na cabeça; nem isso ou aquilo. Ao longo da jornada (chamada Vida) e principalmente depois de deixar o mundo corporativo, temos coletado e lapidado muitos princípios. E cuidadosamente, selecionado aqueles que mais fazem sentido ao alinhar-se com o principio maior de ser e fazer feliz.

Hoje, temos uma figura muito mais sólida de como trabalhar neste sentido, e essa coleção de idéias chamada "permacultura" parece juntar muitas peças úteis. Nada disso é novo, pelo contrário. Permacultura parece um grande mosaico de sabedorias muito antigas – como respeito e interação com a Mãe Natureza -, trabalhando em conjunto com o que há de novo, revelado nos últimos 500 anos. Durante um curso de permacultura, várias vezes lembrei dos vovôs e vovós. Provavelmente, se estivessem vendo essa coisa chamada “Permacultura”, eles diriam algo como "o ho noh, mas eu fiz isso minha vida inteira!"

Antes de conhecer permacultura vinhamos chamando esse mosaico de conhecimentos de “todos os aspectos da vida”, o que julgamos ser tudo o que é Social, Ambiental e Espiritual. E com um detalhe muito importante que nos têm sido sistematicamente negligenciado nos sistemas de educação de massa, mídia, etc: tudo isso (é) integrado.

Viajando, o entendimento de como o mundo funciona aumenta a cada dia. Lemos muito e conversamos com muita gente diferente. Isso facilita planejar contra-medidas. Mas apesar de entender o quão nefasto é o sistema em que estamos emaranhados, ficamos cada vez menos inclinados a protestar mas em ajudar a espalhar as boas notícias, através do exemplo. Menos protesto, mais exemplo.

Isso já começou com o nosso projeto de desaceleração que, acima de tudo, é uma jornada de aprendizagem. Deixamos espontaneamente o mundo corporativo para estudar, viver com mais simplicidade, e contribuir menos com atividades que provocam deterioração ambiental, social e espiritual. Dar exemplo em vez de protestar. Menos distribuição de peixe e mais lições de pesca, para quem preferir.

Nossa idéia de fazenda é na verdade uma continuação desse projeto de vida. Mas antes de ter bagagem para levar isso adiante, estivemos nestes últimos dois anos, viajando e participando de inúmeras atividades de voluntariado, estudos e projetos ambientais, história, convivência com tribos e povos isolados; tudo isso para “aprender a pescar”. Foi quando encontramos a Permacultura, entre outros tantos conceitos que não tinham se revelado aos nossos tão ocupados olhos, até então.

As pessoas que acordaram a mais tempo e já estão engajadas nesse tipo de ação estão chamando isso de Revolução Silenciosa (Silent Revolution). O peak oil já está acontecendo, o Planeta – incluindo a humanidade - não aguenta mais a própria humanidade e o capitalismo, que nunca foi justo – nem pretende ser - e vinha adoecendo um limitado número de países. Com a globalização, o mundo inteiro adoeceu de vez. Nós vimos isso. Agora, a opção é encontrar alternativas. E elas existem aos milhões!

Permacultura é uma delas. É um estilo de vida e não simplesmente uma técnica de produção. Propõe uma empolgante mudança nos nossos hábitos de consumo e nos recompensa com verdadeira Liberdade! Nas palavras de David Holmgren, “passamos de consumidores irresponsáveis para produtores responsáveis”. Voltamos a ser parte de uma comunidade genuína, que busca ser auto-sustentável. Opera-se com orçamentos pequenos, prática e fomento de fair-trade (escambo, troca, economia local, economia b, etc). E o melhor de tudo: Permite uma vida em abundância de comida e saúde! Pode parecer utopia. Mas nós acreditamos porque vimos. Há milhões de pessoas vivendo desta forma, na maioria dos países do mundo!

Pessoas, comunidades compraram ou tomaram posse de terras, terrenos, prédios abandonados - que ninguém queria pois eram inférteis, improdutivos ou economicamente inviáveis - e transformaram em vilas auto-sustentáveis, coletando energia do sol, vento e chuvas, usando esta energia de forma eficiente e local e, estimulando a Natureza, produzem comida abundante para todos. Em muitos casos também provêem educação independente para suas crianças, jovens e adultos! Tudo isso sem banco, sem cartão de crédito e sem ajuda do governo. Nem é necessário mencionar que esses projetos também operam com praticamente nenhuma dependência de empresas, doação e com pouco dinheiro inicial. E acreditem, até sobra algum nestes projetos, apesar de lucro não ser o principal objetivo. Africa, Cuba, Índia e BRASIL são campeões em permacultura comunitária. Tem muita gente praticando isso. Até na Europa! 

Tivemos uma palestra com um casal de uma vila que segue uma estratégia chamada transition town (vilas de transição) que é fantástica. Este projeto se chama Grow Heathrow.

Começaram num estacionamento abandonado nas barbas do aeroporto de Heathrow, em Londres, um dos maiores do mundo. Hoje, produzem tudo o que precisam para mais ou menos cinco famílias. Não tem conta de luz, água, gás ou financiamentos para pagar. Os maiores problemas do projeto são com a Lei, que marginalizou as pessoas que produzem sua própria comida ou usam água da chuva.

Que ironia. Não poder usar água da chuva! Quanto tempo vai levar para proibirem as pessoas de respirar o ar da atmosfera?

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Sei que isso soa piada, ridículo, improvável. Exatamente como soava vender ÁGUA engarrafada a 50 anos atrás. No entanto, hoje, principalmente na Ásia, água é quase um luxo. Água para beber nas cidades é obtida somente em garrafas plásticas descartáveis. UM COLOSSAL ABSURDO...

Na maioria dos países da Asia que estivemos, toda a água para beber
tem que ser comprada. A água oferecida pelo abastecimento público
não é potável e não há fontes públicas onde as pessoas possam encher suas garrafas. Não tem bebedouros nas ESCOLAS PÚBLICAS!!!!!
Na China, conversamos com jovens sobre o assunto e simplesmente nos disseram
que "comprar água é parte da cultura".
Pergunto: desde quando? Cultura ou um grande negócio sem escrúpulos?

Felizmente, há muitos bons exemplos.  Esta estação de água potável
em Istambul, na Turquia
mostra que distribuir água potável é perfeitamente possível.
Água é VIDA, não um negócio.
PARABÉNS À TURQUIA!

Para evitar esse e outros absurdos, mas de forma alegre e positiva, queremos dar continuidade ao projeto de desaceleração, adicionando o conceito de "protestar menos, dar mais exemplo". Pretendemos viajar bastante no Brasil e conhecer o que já está sendo feito nesse sentido. Aprender em casa também vai ser muito bom, e necessário. E aqui podemos dizer: qualquer plano, auxilio, idéia que sejam educativas e coerentes com estes princípios que temos falado, são e serão consideradas, com certeza!

Muito, muito obrigado a vocês, nossos queridos Pais!"

***Fim da carta***




Nota a todos os nobres leitores: Gostaria de pedir aos que já estejam envolvidos com Eco-vilas, Transition Towns, Fair Trade, LETS, Permacultura em geral que façam contato conosco. Gostaríamos de começar a conhecer projetos em andamento no Brasil.

Muito obrigado a todos!

Francis e Raquel

Voltando a postar

Trabalho voluntário no Templo de Confucio, Partimônio Histórico Cultural en Qufu, China.
Vestidos com estudantes de Confucio, realizamos trabalhos de
conscientização de turistas sobre a importância da preservação e manutenção dos
seus ensinamentos, base da cultura e moral Chinesas.

Caros amigos leitores, 

Estivemos sem acesso ao nosso blog enquanto estivemos na China, que não permite a utilização do blogspot. E também, estivemos trabalhando muito por lá em três projetos de voluntariado nos Patrimônios Históricos da UNESCO: Muralha da China, Montanhas Sanqing e nos Três Confucios. O trabalho foi em ritmo chinês: 47 dias sem final de semana! Mesmo que tivessemos acesso ao blogspot, não teriamos tempo de escrever. 

Bem, estamos agora na Europa, ainda em frentes diferentes. Raquel está em outro projeto da UNESCO, muito focado em arqueologia, que tem se revelado uma grande paixão para ela! Eu estou buscando conhecimento em Permacultura, que devo descrever, em breve, num próximo post.

Daqui, vamos tentar, nas próximas semanas, publicar nossas melhores experiências e aprendizados dos últimos 5 meses.

Um grande abraço a todos!

Francis

Thursday, June 21, 2012

TRABALHANDO EM FRENTES PLURAIS

Saudade por uma boa causa.

Pela primeira vez em 19 meses neste empreendimento para a sustentabilidade, separamos a equipe dfE. Como estamos atingindo o fim deste primeiro ciclo de aprendizagem no exterior, e, o que aprendemos até agora levou à necessidade de recolher mais conhecimento específico e profundo, trabalhar em diferentes frentes provou ser necessário para sermos mais assertivos.

História, arqueologia e antropologia são claramente aspectos fundamentais para a compreensão das sociedades contemporâneas e suas questões, quer sociais, ambientais ou espirituais.

Por isso, Raquel foi para a China onde vai, por cerca de 3 semanas, estar em Xi'an, onde a cultura chinesa antiga ainda pode ser sentida no ar. Há também os guerreiros de Terra-cota, um impressionante monumento de fato relevante para a compreensão das sucessões de dinastias da China, além do desenvolvimento histórico e contexto atual.

Em outra frente, mais associada a alternativas sustentáveis para a vida humana na Terra, vou permanecer esse período na Tailândia, para um curso de Design em Permacultura (PDC), oferecido pela Panya Project, localizado no novo site Sikhiu, uma fazenda chamada Rak Tamachat.

Permacultura é um interessante conceito, "descoberto" por nós há pouco tempo e que parece ser uma excelente alternativa para muitas questões humanas, como desordem social, degradação do meio ambiente global e local, bem como o vazio espiritual (não religiosa) ou a desconexão da sociedade com a vida. Pode parecer "mágica", mas não é. Permacultura é natural. Vale a pena conhecer este assunto.

Em breve vamos escrever um post dedicado e mais abrangente sobre Permacultura, que parece ser onde vamos concentrar boa parte da nossa energia daqui para a frente. Claro, queremos compartilhar tudo isso como quem se interessar.

Uma outra iniciativa do dfE serão as viagens à pé. Podemos chamar este projeto de "Santiago de Compostela em todo o lugar". Eu, pessoalmente, gosto da idéia de viajar longas distâncias a pé. Então, como um lançamento desta empreitada, vou fazer parte da viagem para a fazenda onde será o PDC caminhando, por cerca de 20 km. Vou certamente relatar como foi.


Literalmente, pé na estrada...


Em 9 de julho, voltaremos a nos juntar, em Beijing (Pequim), para participarmos de um projeto de 40 dias patrocinado pela UNESCO: World Heritage Volunteers. Atuaremos como voluntários para diversas atividades em três locais diferentes: na Grande Muralha, o Monte Sanqingshan, e Qufu. Voluntários internacionais e chineses vão ensinar adolescentes sobre a história e o significado dos 3 sites, a sua importância como Patrimônio Mundial, bem como Confucionismo. Também realizaremos trabalhos prático de desenvolvimento e manutenção destes patrimônios históricos tombados pela UNESCO. Estamos muito ansiosos para este projeto!

Novos posts em breve!

Francis (na Tailândia, com um olho na Rio +20)

Thursday, May 17, 2012

UMA ILHA ENTRE 7000 – ESPECIAL BOHOL

Como uma comunidade pode evoluir em meio a vizinhos menos conscientes



Bohol é uma ilha (ou arquipélago) na região central das Filipinas, destino turístico de muitos Europeus, Australianos e ultimamente, Russos, Chineses e Coreanos. O principal destino é a praia de Alona, na ilha de Panglao. Bohol é muito conhecida pela sua interessante formação geológica, as pequenas montanhas chamadas de Chocolate Hills e pela presença endêmica do Tarsier, um dos menores primatas do Planeta.


Maravilhoso pôr-do-sol na Praia de Alona...


... e logo depois, este fantástico buffet.
Mas não se iluda, é MUITO caro!

Em Panglao é possível se hospedar num quarto para casal de razoável qualidade, bem próximo a praias maravilhosas e bastante conservadas, com o aluguel de uma pequena scooter incluído na diária e ainda fazer 3 refeições de comida local, tudo por menos de USD 50 por dia para 2 pessoas.

Apesar de haver rios com uma certa abundância de água doce – dependente de regimes estáveis de precipitação, percebemos que os habitantes da ilha e sua grande população volátil de turistas ainda dependem muito de suprimentos e serviços externos.

Aqui também se percebe um sério problema, recorrente na Ásia. Não há água potável da rede pública! Cada gota tem que ser comprada…

A melhor solução que encontramos para evitar as infames e ultra-poluentes garrafas de plástico é - sempre - ter conosco a nossa própria garrafa e completa-la sempre que possível, de bombonas retornáveis.
Isso polui muito menos e é, em média, 20 (VINTE!) vezes mais barato.

Os aglomerados urbanos da ilha já apresentam sérios problemas de abastecimento de água. Na pousada onde primeiro nos hospedamos, toda a água era diariamente fornecida por caminhões a um custo provavelmente elevado, já que não há viabilidade para sistemas de bombeamento público.


A natureza é relativamente preservada. Boa parte da Ilha principal é protegida pelo Parque Nacional onde estão as Chocolate Hills. Mas os manguezais da ilha sofrem pressão pela cultura de palma, uma palmeira baixa que se desenvolve em solos salobros e alagadiços. A palma é usada para produção de óleo comestível e combustível, que apesar de baixa qualidade, é muito consumido na Ásia. A devastação imobiliária também ameaça os sistemas naturais da ilha, principalmente próximo à costa.

Natureza preservada ao longo de uma boa
porção de Loboc River.

A Palma que vem sendo cultivado por
óleo baratodegradação manguezais.


A principal cidade no Arquipélago tem aeroporto e porto. Chagamos lá num Ferry vindo de Cebu City. A cidade, apesar de pequena, é poluída, com transito caótico, comum às cidades Filipinas.


Engarrafamento na pequena cidade de Tagbilaran,
o maior centro urbano em Bohol.


Já ao sairmos da zona urbana, as coisas mudam. Os habitantes destas ilhas demonstram um desenvolvimento especial. Existem na região museus, parques ambientais, centros de estudos e conservação. Até mesmo alguns empreendimentos turísticos, como pousadas e hotéis, em geral criados e geridos por estrangeiros, têm características ambientalmente menos degradantes, se comparadas a outras regiões onde estrangeiros investem apenas para explorar os recursos até a exaustão, e vão embora.


A pousada "Reggae" em Panglao, de propriedade de um casal francês, construída basicamente em bambu e outros materiais locais.

Bohol é um emaranhado de belezas. Dirigir uma motocicleta em volta da ilha é uma aventura cheia de belas paisagens e lugares interessantes para visitar, como o Parque de Preservação dos Tarsiers, as Chocolate Hills, a vila de Loboc e sua enorme e interessante ponte para o nada.


Passeio de moto pelo interior de Bohol. Belas paisagens.

Cachoeira refrescante em Bohol.


Os Tarsiers não são mantidos em cativeiro.

O Tarsier.
Durante o dia, muito sonolentos e praticamente imóveis.
À noite, muito ágeis à caça de suas presas. Quando nascem, são do tamanho de um dedo polegar.


A formação intrigante das Chocolate Hills. Aqui a vista no Parque de Conservação National Geological Monument.

O material constituinte das Chocolate Hills pode ser visto claramente em algumas falésias na costa de Bohol. São conchas, corais e outros vestígios de vida marinha, revelando que a região já foi fundo do mar.

Corais, conchas e materiais sedimentares
que formam as Chocolate Hills
Aqui, informações mais precisas sobre
a formação das Chocolate Hills

Restaurantes flutuantes na charmosa
vila de Loboc.

Um edifício histórico em Loboc, onde seria hoje
a cabeceira da "ponte para lugar nenhum".



Esta é a construção abortada de uma ponte que forçaria demolição de prédio histórico do no outro lado da estrada. Este pretenso Belvedere  é certamente um dos mais  resistentes e caros do mundo.


No Santuário das Borboletas se pode ver...

...os insetos acasalando...

... e até criar asas!

Mas, apesar de acharmos tudo isso interessante, o que realmente nos encantou foram as iniciativas sustentáveis de Bohol, como as fazendas orgânicas, que também são centros de desenvolvimento social, cultural e de artes. Projetos que atraem muitos jovens e pessoas da comunidade, valorizam a produção local, o conhecimento e a sabedoria ancestral dos mais experientes.

Visitamos uma fazenda de abelhas que é um espetáculo de consciência e desenvolvimento sustentável. Uma Filipina idealista, entendendo que havia algo de muito errado no sistema social e ecológico onde foi criada - no Hawaii (USA) - resolveu retornar ao seu país de origem e “fazer algo”.


Morou seis meses em uma palhoça na terra que era de seus pais, em Panglao, que estava, de certa maneira, abandonada. Neste tempo, apenas refletiu. Idealizou então a Bee Farm, que é hoje uma fazenda modelo, com mais de 200 colaboradores que, orgulhosamente, apresentam aos visitantes seus talentos e suas áreas de responsabilidade no projeto.


Em pouco mais de 10 anos, desenvolveu, coletivamente, um complexo sustentável que compreende apicultura, horta, fazenda, pousada, centro de convenções, restaurante, atelier de artes plásticas, tecelagem, cozinha, loja de toda a sorte de produtos orgânicos, etc.


O deck da pousada, construído com
materiais disponíveis no local.

Telas feitas de folha de côco, e pintadas pelos artistas da Bee Farm.

Loja de Comércio Justo.


Muitos produtos orgânicos e deliciosos.

Pudemos visitar e confraternizar com tecelãs operando seus teares manuais, artistas plásticos pintando e esculpindo. Veja nas fotos:


Divertida confraternização com o tecelões da Bee Farm e...

... dali, tecidos e telas muito bonitos e únicos são produzidos

 Conhecemos também a horta orgânica com muitas e muitas ervas aromáticas, hortaliças e legumes que vão direto para o não menos maravilhoso restaurante orgânico da fazenda.


A horta produz todos legumes e verduras necessários na fazenda.

Salada de flores. Uma iguaria deliciosa na Bee Farm.

Uma parede, decorada com casca de côcoreforço e beleza natural nesta parede.


Sentimos que nesta ilha as coisas estão se desenvolvendo desta forma porque algumas pessoas inteligentes - munidas de ética, conhecimento holístico e principalmente coragem para trabalhar fora do sistema – iniciaram pequenos projetos sustentáveis, cresceram e inspiraram muitos outros da comunidade a iniciar seus próprios projetos. Paira no ar perspectivas sociais e ambientais diferentes, otimistas, mais sustentáveis e energéticas!


Um pouco da ótima energia de Bohol!


Também é fácil perceber na feição daqueles que visitam estas fazendas – e são muitos - uma grande inspiração para realizar projetos semelhantes nos seus países e até para reavaliar seus estilos de vida e objetivos. Não foi diferente para nós, que nos sentimos muito inspirados pela Bee Farm.


Desejamos que todos possam refletir um pouco e sentir, assim como nós, motivados a procurar algo novo e otimista para a vida! Um belo exemplo este projeto sustentável da zzzz Bee Farm, não?!

Um grande abrazzzzzzço!





Provocação: você já calculou a sua pegada ambiental?