Tuesday, April 9, 2013

Viva o PRÉ-SAL!





Muitas vezes criticamos europeus e americanos por terem devastado quase todos os seus recursos naturais ao longo dos séculos passados, principalmente sua biodiversidade. E isso é a mais pura verdade. Eles fizeram mesmo. "Verdadeiros bárbaros imperialistas", diriam alguns.

Para não restar dúvida da barbárie destes povos, um insider  (Estado-unidense descendente de Europeus), Jared Diamond escreveu o livro que esclarece como eles chegaram ao ponto de dominar o mundo: usando muita violência, sorte geográfica e pouca inteligência. Guns, germs and steel é um clássico que até virou documentário da National Geographic, nos tempos em que era um canal de informação.

Inúmeros outros livros descrevem como e porque estes povos, além de dominar o mundo, insanamente gastaram quase todas as suas reservas importantes. Se esbaldaram durante ~200 anos gastando mais da metade da sua (e a dos outros) maior poupança energética - o petróleo - que a natureza levou muitos e muitos MILHÕES de anos para acumular.

Agora, dependem de recursos alheios, que são obtidos através de falácia financeira junto com manipulação em massa da consciência (um tipo de barbárie mais sofisticada), às vezes chamada pelos nomes bonitos de Globalização e Livre Mercado ou, quando não é suficiente, usam a força militar mesmo (a boa e velha barbárie).

Realmente, são povos que se consideram muito especiais para merecer o privilégio de gastar, em tão pouco tempo, o que foi generosamente acumulado durante tanto tempo.

Aí, hoje, assisti um documentário sério em defesa da Petrobrás, e o resgate do slogan criado por Getúlio Vargas: "O Petróleo é nosso". Desta vez, cientistas, petroleiros, sindicalistas, economistas, legisladores e vários outros proeminentes brasileiros parafraseiam Getúlio em defesa do monopólio e extração do worldwide famosíssimo e "redentor" pré-sal.

Parece haver um consenso na "elite" Brasileira que há petróleo suficiente para pelo menos 30 anos. 50 anos talvez! E há até para exportar!!! Que "pico do petróleo" que nada. Ninguém sequer menciona isso.

Também há pouca dúvida que devemos extrair todo o pré-sal (seja qual for o seu tamanho/quanto-maior-melhor-é-claro). Numa cena, um sindicalista anima uma grande assembléia profetizando que o Brasil ficou atrasado por 60 anos por falta de petróleo. Agora, é a nossa redenção!!! A assembléia deve entrar em frenesi! Viva o pré-sal!

O documentário também elucida que o pré-sal Brasileiro iniciou sua formação junto com a divisão de Gondwana, o continente gigante que deu origem à África e América do Sul (pelo menos). Assim como a configuração continental que temos hoje, as reservas de hidro-carbonetos levaram milhões de anos para se formar.

Creio que entendi o recado do documentário: Também somos seres "especiais". Tanto ou mais do que Estado-unidenses e Europeus: por isso vamos queimar nossa poupança de milhões de anos em mais ou menos cinquenta, e mostrar para aqueles bárbaros que AGORA É A NOSSA VEZ DE QUEIMAR TUDO!

Aquí pra eles, ó!

Poderiamos até usar outro famoso slogam, "Cinquenta anos em cinco", do JK - só que adequando ao cenário Pré-sal:

MILHÕES DE ANOS EM CINQUENTA 

UAUAUAUAUA (como gargalham os colunistas engraçados desesperados por leitor-IBOPE). É ISSO AÍ! Milhões de anos em cinquenta.

[Vou cobrar Royalties  por essa uauaua]

Voltando a seriedade, só fiquei intrigado com o silêncio absoluto da esclarecida elite em relação as inúmeras conseqüências de torrar petróleo. Hum... deve ser porque há muito tempo não acontecem desastres ecológicos, os sistemas climáticos da Terra nem estão mudando abruptamente, nem temos visto guerras-fiasco por petróleo. 

Tampouco as sociedades industriais têm protagonizado atrocidades como destruição de culturas e povos, desigualdades abissais, apropriação de elementos vitais como terra de agricultura, água, sementes e até ar. Nem presenciamos genocídios. Nem comemos agrotóxicos em tudo que sai do supermercado, nem poluímos quase todas as nossas águas…

E mesmo que essas coisas estivessem acontecendo, nem tem nada a ver com petróleo, né?

Além do mais, acho que somos tão especiais que nem precisamos pensar nas conseqüências do que fazemos. Nem aprender com os erros dos outros (bárbaros malditos) ou do passado. Isso é coisa de trouxa. De mané. Otário mesmo.

Deus é Brasileiro.

Viva o pré-sal! Vâmo torrá tudo mesmo.

aprendê com os erru dos ôtro pensamento de van-guarda consecuencia; *&   eu eim…. : )

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