Continuação...
Bem,
depois de 21 meses de viagem, cerca de 15 países visitados, muitas
observações, muitos livros, coleta de informação e de reflexão,
fomos expostos a muitos conhecimentos marcantes que anteriormente
eram ignorados por nós.
Afinal,
depois desta longa etapa de aprendizado e observação, a nossa
conclusão é que o planeta Terra está realmente sofrendo com a
atividade humana. Além deste fato, o mais nos surpreendeu foi a
conclusão - agora quase óbvia - de que muito mais do que o Planeta,
quem está de fato ameaçada é a Humanidade.
Alguns
dos fatos mais relevantes que levam à esta interpretação estão
relacionadas a debates científicos atuais. Aprendemos que não há
apenas alguns milhares de cientistas que pesquisam sobre as questões
relacionadas as alterações climáticas mas, possivelmente, milhões.
Há também um grande número de ONGs atuando ou sendo criadas,
profundamente engajadas.
Temos
ouvido muitas pessoas sobre o assunto, incluindo doutores. Lemos
muito conteúdo, livros e artigos. Assistimos a um variedade de
documentários. Pudemos aí observar que hoje há pelo menos um quase
consenso
na comunidade científica - verdes
e
céticos:
o
Planeta de fato experimenta uma alteração abrupta nos padrões
climáticos globais.
Existe
também um amplo acordo sobre as conseqüências destas
transformações serem iminentes. Por exemplo, verdes e céticos
concordam que geleiras estão derretendo a taxas crescentes e
imprevisíveis, onde quer que elas estejam.
É
muito interessante também o fenômeno de polarização entre as
comunidades científicas engajadas nas questões ambientais: os
verdes
entendem estar o aquecimento global de fato associado as atividades
humanas e os céticos
afirmam que - com um claro viés para queimar petróleo até a última
gota - o aquecimento global é apenas um fenômeno natural.
Há
extensas argumentações sobre a influência das atividades humanas
nas alterações climáticas. Os céticos
propõe que os estudos e projeções dos verdes
não podem ser considerados conclusivos. Argumentam que tais
investigações são baseadas em análises produzidas por grupos de
cientistas desempregados após a guerra fria, especializados em
simulação de cenários de guerra, o que os induziria a,
naturalmente, gerar proposições catastróficas.
Fica
a dúvida sobre quem/qual
instituição
estaria tão benevolamente interessada em patrocinar um programa de
recolocação para tais cientistas.
É
também comum ouvir que o aquecimento global é propaganda da
indústria de tecnologias verdes (ou alternativas, como é também
conhecida), na tentativa de ganhar os mercados atualmente dominados
pela jurássica - mas ainda não extinta - indústria de óleo e gás.
Reforçando
a visão cética,
os argumentos verdes
foram enfraquecidos pelo incidente conhecido como climategate
quando, algumas semanas antes da conferência de Copenhague, um
grande número de e-mails
da Unidade de Pesquisa Climática (CRU), ligada a Universidade
Norte-Americana de East
Anglia,
foram extraídos por hackers.
Alguns destes e-mails
teriam evidências de que os estudos e dados sobre aquecimento global
seriam uma conspiração científica.
Em
resposta ao alegado climategate,
a Associação Norte-Americana para o Avanço da Ciência (AAAS), a
Sociedade Norte-Americana de Meteorologia (AMS) e a União dos
Cientistas Conscientes* (Union
of Concerned Scientists
- UCS) afirmaram que "há um consenso científico de que a
temperatura média na superfície da Terra vem crescendo por
décadas." AAAS afirmou também que "com base em múltiplas
linhas de evidência científica, as alterações climática globais
causadas por atividades humanas de fato ocorrem e ... são uma ameaça
crescente para a sociedade." Continua…
*
Tradução não literal, livremente adaptada ao contexto pelos
autores.
Quando
observamos o comportamento das mídias de massa em relação as
questões ambientais, percebemos que há uma desconecção acentuada
com os fatos. Mesmo quando o assunto é abordado abertamente, há
distorções, devemos dizer, bizarras. Como exemplo, assistimos
recentemente o filme de Hollywood "O Dia Depois de Amanhã",
de Rolland Emmerich. A produção sugere um possível desastre
global, onde as correntes do Atlântico Norte cessariam, provocando
um colapso climático no mesmo hemisfério.
Entretanto,
o sensacionalismo extremo e os acontecimentos bizarros do filme, como
a queda da temperatura em 10º C por segundo nos levou a questionar
se o filme de fato quer trazer à luz algum tipo de consciência.
Somos levados a crer que, ao contrário, Hollywood pretende minar o
debate, subjetivamente sugerindo que o aquecimento global é apenas
mais uma ficção-científica exagerada, entre milhares. Esta
estratégia levaria o público de volta a apatia, já que "esse
aquecimento global é mais uma falácia entre tantas".
Bem,
depois de dois anos de observações e reflexões, o que ficou
definitivamente claro é que há sim uma grande cadeia de eventos
associadas a elevação da temperatura na Terra, e indubitavelmente,
as atividades humana contribuem - em escala significativa- com tais
fatos.
Entretanto,
mais relevante que as alterações climáticas por si só, a grande
mudança em nossa perspectiva é que, muito mais que o meio ambiente
em si, o que de fato vem sistematicamente sucumbindo a agressão das
atividades humanas no Planeta é a própria Humanidade.
O
colapso social e espiritual de quase todas as sociedades, culturas -
em escala global - é dantesco!
O
Fim do Mundo está próximo?
Não
acreditamos que mudanças climáticas - ou seja lá nome que se dê
ao que ocorre no Planeta - provocariam o colapso instantâneo da
Terra, ou da vida que nela habita. Nem que os grupos econômicos
mundiais implodiriam em um dia ou em um mês, por causa do peak
oil.
Tampouco o clima ficaria caótico em 24h em escala global. Não é
assim.
As
conseqüências do estilo de vida dominante, baseado em energia
fóssil abundante e barata, desperdício titânico, mercado
globalizado, crescimento contínuo de PIBS, etc., não provocarão o
fim instantâneo do mundo Não.
O
que de fato podemos afirmar é que, em muitas circunstâncias, em
muitas massas urbanas, em muitas culturas, em muitas regiões, o fim
do mundo já aconteceu!
Hein?
Vamos
exercer a nossa capacidade empática e observar realidades à partir
de diferentes pontos de vista.
Enquanto
... nossa
casa está seca e confortável, temos fome e resolvemos o problema
comprando comida no mercado, ficamos doentes e temos um plano de
saúde para visitar um hospital, queremos viajar, compramos um
bilhete de avião e partimos, temos filhos e o dinheiro necessário
para pagar a escola privada, não sabemos exatamente qual é o
propósito de nosso emprego, mas este nos paga o suficiente para
viver em um apartamento bom e ter dois carros em uma cidade
grande...,
o nosso mundo parece ser realmente próspero e não vislumbramos
qualquer tipo de fim.
Pelo menos não tão cedo.
Não
obstante, não muito longe dos confortáveis blocos
sociais
acima, realidades diferentes coexistem, e as perspetivas podem variar
radicalmente quando... a
hipoteca da casa se estende por mais de uma geração, um próximo
querido tenha perdido a vida em um acidente de carro banal, se perde
2 horas para chegar ao trabalho e mais 2 para voltar para casa todos
os dias, quando chove este tempo aumenta para 4 horas - a cidade está
inundada -, dois carros já foram perdidos e não cobertos pelo
seguro, pois um submergiu na garagem inundada e o outro foi levado
pelo ex-cônjuge no divórcio porque - afinal - casamento é mais um
contrato do que uma união, se descobre que seu próprio grupo étnico
foi reduzido para 0,1% depois que as Grandes Navegações iniciaram -
e ainda por cima, ensinam (ainda!) na escola que estes genocídios
foram "descobertas" (Argh!) -, se estuda uma fantástica
cultura milenar e se aprende que a mesma foi destruída em apenas
duas gerações, logo depois que a TV surgiu, não se sabe quem é
que, na verdade, acumula riqueza às custas do trabalho árduo das
pessoas comuns, se têm câncer por conta de uma vida respirando ar
poluído, ingerindo involuntariamente agrotóxicos e fumando cigarros
legalmente vendidos e amplamente anunciados, não se tem idéia sobre
que tipo de tóxicos ou modificações genéticas não testadas estão
presentes nos alimentos comprados no supermercado, metade da família
se afogou ou morreu por falta de água potável nas enchentes do
Katrina, nunca encontra paz de espírito, sente que não existe
liberdade, para nada.
Para
essas pessoas, mesmo sem que percebam, muito aspectos da vida já
estão em colapso. A própria razão para se estar vivo parece não
existir. A percepção de que um "fim do mundo" possa estar
próximo não é tão vaga. Permeia a vida cotidiana, localmente,
onde as pessoas vivem.
Entender
que as dificuldades das pessoas são locais e não globais é chave!
Apesar disso, as causas do podem ser globais, o que não pode ser
negligenciado.
O
aquecimento global provavelmente nunca vai gerar um tsunami
gigantesco que destruiria a ilha de Manhattan, o Rio de Janeiro e
Qufu, na China, que fica a 200 metros acima do nível do mar - apesar
da altitude, alguns moradores têm medo de tsunamis.
Porém,
em alguns lugares, o aquecimento global já é o fim do mundo. Um
país inteiro chamado Ilhas Marshall, no Pacífico Sul, praticamente
não tem mais água doce e seus campos de cultivo estão ficando
salobros por conta das marés altas, que a cada ano ficam mais altas.
Para eles isto já é o fim do mundo. Não importa se as geleiras
estão derretendo na Argentina, se a taxa de CO2 é muito alta na
atmosfera. Eles não têm mais um lugar para viver, sendo a causa de
tudo isso as atividades humanas ou não. Não importa. Eles não tem
para onde correr.
O
mercado globalizado é o fim do mundo para os agricultores familiares
e para os produtores locais de praticamente qualquer produto. Isso já
aconteceu. As antigas culturas baseadas em agricultura familiar,
muito próximo ao que conhecemos hoje como sustentável,
foram dizimadas pela prodigiosa
mecanização da agricultura (green
revolution - isso
mesmo, os fenômenos de mecanização, monocultura, toxicalização,
fertilização artificial da agricultura são conhecidos como
"revolução verde").
A maioria destas pessoas, que eram qualificadas no que faziam hoje
são marginalizados, tendo que viver em subúrbios. Perderam a sua
terra local e seu direito de prosperar em sua antiga terra, em geral
herdada de seus ancestrais. Eles não perderam uma terra
global,
e sim a sua terra local. Foi o fim do seu mundo. Localmente.
Eu
Francis, conheço este tipo de realidade que foi (e é) muito comum
no meu estado, o Rio Grande do Sul, no sul do Brasil. Quando eu
estava no nível secundário, estudando para ser Técnico
Agricultura, alguns professores mais lúcidos e conscientes tentavam
revelar a importância da agricultura familiar e de subsistência -
assim chamada na época. Num esforço quase solitário, promoviam o
entusiasmo dos jovens estudantes para a agricultura sustentável, que
acreditavam deveria florescer sempre por razões sociais, ecológicas
e até mesmo econômicas. Ao mesmo tempo, entretanto, a agenda
educacional predominante inoculavam nossas mentes juvenis com os
milagres
da
mecanização, adubação sintética, controle químico de pragas,
variedades trangênicas, etc.
Hoje,
vemos claramente as conseqüências de tudo isso. Por exemplo, o
polêmico Movimento dos Sem Terra (MST) - dizem alguns que está hoje
desviado de sua finalidade original - foi, contudo, na sua maioria
formado por prósperos agricultores familiares seduzidos sem piedade
pela idéia da revolução verde. Uma ou duas gerações depois de
serem envolvidos em dívidas impagáveis, se encontraram perdidos num
mundo
desconhecido de terra improdutiva, fracionada, tendo que entregar seu
chão, herdado por inúmeras gerações, a um banco que não sabe
plantar. Cultura, tradição, conhecimento, herança, família, tudo
destruído. Para estes, é o fim
do mundo.
Se
há uma coisa que aprendemos é que, em se tratando de gente, nunca
podemos generalizar. À luz disto, olhemos para exemplos como Iraque
e Afeganistão. Com muita certeza, a grande maioria das populações
destes países é constituída de pessoas boas, em busca de paz e
felicidade. Com a guerra às armas
de destruição em massa, deflagrada
por uma horda de seres inescrupulosos viciados em poder - e seus
mercenários associados - uma legião de Iraquianos e Afegãos
completamente inocentes vive um
fim do mundo todos
os dias. Vale lembrar que esta guerra é também financiada pela
dependência do mundo civilizado
ao
petróleo.
Mais
uma vez, as questões globais, como a guerra do Iraque, tem
consequências locais,
devastando a vida dos inocentes Iraquianos e Afegãos.
Escalando
a discussão das consequências locais
para um fim
do mundo
global, catastrófico, sabemos das profecias sobre "eventos"
que ocorreriam em Dezembro de 2012, coincidindo com o fim do
calendário Maia. Sabemos pouco sobre isso. Mas estaria mais
relacionado ao início de uma nova era - por conta de uma
configuração astronômica inédita - do que com o fim do mundo.
Poderíamos dizer que seria o fim
de uma era,
e não do mundo.
Por
outro lado, seria (é!) tolice - e até irresponsável - acreditar
que se pode continuar vivendo com base num sistema econômico que
depende de crescimento infinito
num
Planeta de recurso finitos.
Fazendo isso, podemos ver com facilidade que rapidamente estamos
construindo
o
fim do mundo,
o fim dos recursos, dos sistemas reguladores ambientais, enfim, das
condições de habitabilidade do Planeta.
Ainda
com relação ao tema "calendários", recentemente
estivemos em contato com estudos sobre as origens do calendário
Gregoriano - que usamos no Brasil e na maioria dos países ocidentais
- e pudemos entender um pouco sobre a utilização do mesmo. Se foi
implementado pelo Papa Gregorio com a intenção de confundir e
desarmonizar, não podemos afirmar.
Mas
o fato é que este calendário, de 12 meses de durações distintas
(?!) não tem relação com ciclos naturais. Basicamente, um ano tem
13 ciclos lunares** (não 12) de 28 dias cada (apenas Fevereiro no
calendário gregoriano tem 28). Seguindo o gregoriano,
nós terráqueos, vivemos literalmente fora de fase com os ciclos
naturais em que estamos inseridos. Qual a necessidade de viver fora
de fase com a Natureza? Seria esse um dos fatores que nos levaram a
tamanha irresponsabilidade com os sistemas de Gaia?
Interrelações
e interdependência
"Qualquer
tolo inteligente pode fazer coisas maiores, mais complexas e mais
violentas. É preciso um toque de gênio - e muita coragem - para se
mover na direção oposta."
Albert
Einstein
Um
grande amigo inglês nos ensinou uma gíria usada em sua região, na
Grã-bretanha, que achamos interessante: Se alguém está tendo um
momento feliz, curtindo alguma coisa sossegadamente, está tendo uma
"bolha"
(having a bubble). Talvez
essa gíria expresse uma percepção popular disseminada de que não
há muito mais prazer verdadeiro fora,
no mundo externo, mas pelo contrário, realização é mais
facilmente encontrada dentro de nós mesmos.
Considerando
o Dhamma,
os ensinamentos de Buddha,
podemos também aprender que felicidade está dentro de nós mesmos,
através do caminho central, do equilíbrio (the
middle way).
O budismo entende que as respostas e a paz verdadeira existem dentro
de cada indivíduo, em uma espécie de bolha que somos. O Buddha
Iluminado descobriu isto através de longa e intensa meditação.
Mesmo
se considerarmos tudo isto como verdadeiro, antes da Iluminação,
nós, o seres Humanos encarnados não vivemos em uma bolha!
Talvez,
o mundialmente propagado conceito de globalização, exatamente
aquele patrocinado pelos capitalistas em defesa do "livre
mercado", pode nos ajudar a entender a óbvia relação entre
todos os sistemas naturais e (uau!) os seres humanos (pausa para um
desabafo: mesmo vivendo em sociedades de massas irracionais
dominadas, todos nós deveríamos ser aptos a compreender, pelo
menos, um pouco sobre a nossa interdependência com o mundo). O mesmo
conceito de interdependência complexa que se aplica para os mercados
globais de ações (bolsas de valores) e preços de commodities
faz-se aplicar para nossas ações como indivíduos.
Alguns
exemplos e ilustrações de inter-relações e/ou interdependência:
A
reunião que mudou o mundo:
Um
homem, em uma reunião com executivos da IBM, impregnado com a
falácia dominante do livre-mercado, disse-lhes que sua empresa (um
pequeno grupo de ambiciosos jovens cidadãos dos EUA) desenvolvera um
sistema operacional chamado "DOS", capaz de operar seus
computadores - naquele momento gigantescos dinossauros cibernéticos
impensáveis para uso pessoal - o que não era verdade no dia em que
a reunião aconteceu. Os cabeças da IBM compraram a idéia (1). A
ação daquele único indivíduo, hoje o bem conhecido Bill Gates,
que era de fato ambicioso mas não tinha idéia das conseqüências
de sua ação, mudou a forma como o mundo via a computação e, como
conseqüência, o comportamento das sociedades no mundo inteiro,
provando assim, a interligação global das sociedades e seus
agentes.
A
poluição que atravessa os mares:
Visitamos
algumas ilhas muito remotas velejando pelo Pacífico Sul. Em uma
delas, chamada Sorlen - muito isolada mesmo - pertencente aos Estados
Federados da Micronésia, no interior do País-estado Yap, no atol
Ulithi, vive apenas um homem, que se apresentou como Luciano. Ele
herdou a ilha do seu pai, que está sepultado ao lado de sua cabana,
muito humilde. O Luciano produz quase tudo o que come. Obtém muitos
produtos do côco, que é abundante na ilha. Até cerveja ele produz,
um fermentado da floração do coqueiro que chama de tuba.
Tem alguns gatos e cachorros com ele. Os cães - que também comem
côco - pescam nos recifes em volta da ilha. Segundo o Luciano, eles
dão um jeito de encurralar os peixes que vem comer corais ou
crustáceos na maré baixa e suprem, desta forma, a necessidade de
proteínas. Às vezes, até voltam com um pequeno tubarão, conta
ele. A
ilha fica à cerca de 2.500 quilômetros do Japão e 9.800
quilômetros da costa oeste dos EUA. Em suas belas praias de areias
muito brancas, há toneladas de plástico, originalmente recipientes
de produtos químicos, detergentes, água e refrigerantes.
Encontramos lá também muito material de pesca, de construção e
centenas de pés sandálias, sempre sem o par, é claro. É
desnecessário dizer que este homem, o Luciano, não é o responsável
pela terrível situação da sua própria praia. Este lixo chega lá
depois de flutuar por - talvez - anos. Os rótulos legíveis que
encontramos nas embalagens mostram que foram originadas em muitos
lugares do mundo. Constamos que muitas foram produzidas
principalmente nos EUA, Tailândia, Japão, China e Austrália. Isso
significa que não importa onde o indivíduo/consumidor está. Seus
atos locais de compra e descarte podem estar globalmente relacionados
com a poluição local
que
chega em uma praia, em algum canto do mundo e, como neste caso, na
ilha do Luciano: Sorlen.
As
consequências da demanda inconsciente:
Quase
todos os envolvidos nas sociedades modernas que têm emprego e
trabalha seguindo o calendário gregoriano (postulado pelo Vaticano)
aguarda ansiosamente pelos finais-de-semana e feriados prolongados do
ano para viajar, curtir e relaxar com amigos e familiares. À
primeira vista isto é normal e não causa qualquer problema.
Mas
o desejo coletivo de viajar ao mesmo tempo causa, em muitos lugares,
engarrafamentos insuportáveis. Movendo-se muito lentamente durante
muitas e muitas horas nestas filas infames, os motoristas e
passageiros tendem a culpar governos e instituições pela "falta
de infra-estrutura" e, é claro, passam a exigir melhores e
maiores (gigantes, eu diria) estradas, highways,
pontes, túneis, etc. Enfim, asfalto, asfalto e mais asfalto. Uma
consequência direta desta demanda por infra-estrutura acaba sendo
que, sedento por votos e poder, os políticos e os governos tendem a
providenciar estas estradas gigantes, pontes, etc, após a submersão
do Estado em insanos empréstimos que vão, por certo, demandar mais
impostos. Políticos e Governos provavelmente sabem das terríveis
conseqüências de tais projetos para o ambiente e para o bolso do
contribuinte. Mas se esforçam para realizá-los assim mesmo, mesmo
que os sistemas ambientais e sociais sejam claramente degradados,
pois lhes é claro que "quem vai pagar são os mesmos que estão
exigindo [as obras]". Depois de construídas, provavelmente
estas estradas serão sub-utilizadas na maior parte do tempo exceto
em vésperas e depois de feriados.
Isto
ilustra a correlação entre os desejos simples das pessoas comuns,
suas demandas e o que, afinal, catalisam grandes empreendimentos,
muitas vezes seguidos por desastres sociais e ambientais nos locais
onde são realizados. Apesar de tudo isso, quando as instituições
comprometidas com análises prévias sobre os impactos destas obras
realizam seu trabalho são frequentemente acusadas - até pelo
cidadão comum beneficiado por elas - de "comprometer o
progresso". Lamentável, mas ainda parece ser retrógrado
discutir as consequências do tal progresso
antes
de acontecerem desastres.
Pergunta:
Quais as alternativas para, por exemplo, não precisarmos construir
mais estradas mesmo com o aumento da população?
Há
com certeza inúmeras alternativas, e, no Brasil, a criatividade pode
ajudar muito, desde que a consciência exista. Por exemplo, por que
não começar a procurar por uma nova ocupação que siga um
calendário alternativo ou bem flexível?
Milhões
de outros exemplos de interrelação dos nossos atos e consequências
podem ser descritos. De fato, para cada ato humano, haverá
consequências. E eu não encorajaria ninguém a acreditar que o
mundo em que vivemos é resultado de fatores aleatórios.
Mas
agir, demandar, desperdiçar, consumir sem qualquer reflexão
continua sendo comum. É intrigante o que leva a nós, humanos, agir
sem avaliar as consequências de nossas ações. Entender as
fundações desta disfunção mental não é, de maneira alguma, foco
deste que escreve.
Àqueles
que se interessarem, há uma densa variedade de publicações sobre o
assunto, de fontes multidisciplinares como antropologia, arqueologia,
psicologia, sociologia, geopolítica, psiquiatria, neurologia,
genética, teologia, etc.. Entretanto, à propósito desta análise -
ainda que superficial -, os efeitos deste autismo
coletivo
são, falta de reflexão ou conhecimento. Ou ainda, talvez, simples
egoísmo (ausência de empatia). E é interessante como este último
- o egoísmo - pode muito rapidamente causar impacto direto ao
indivíduo - dito - egoísta.
Mais
diretamente, Richard Heinberg, o autor de The
Party's Over (A
Festa Acabou) e fundador do Post
Carbon Institute (Instituto
Pós-carbono) , traz luz ao debate "verdes versus céticos".
Ele afirma que "... Nós esperamos muito tempo para desenvolver
uma forma alternativa [de energia]... Mesmo todos esses recursos de
energia alternativa [sendo desenvolvidos atualmente] sejam aplicados
simultaneamente não proverão energia suficiente para a sociedade
industrial da maneira que estamos acostumados aos combustíveis
fósseis. As pessoas têm que entender que criamos um modo de vida
que é fundamentalmente insustentável. E isso não quer dizer que
seja ecologicamente irresponsável. Isso significa, simplesmente, que
ele não vai continuar". (http://www.postcarbon.org).
"NÓS"
e "ELES"
É
difícil falar de tudo o que está acima. Temos tentado desenvolver
uma visão otimista da vida. O nosso objetivo é compartilhar
experiências agradáveis e positividade. Aprender a conexão da
alegria de viver e a frugalidade. Mas tudo o descrito acima não soa
exatamente isso, sabemos. Nos faz até, às vezes, nos sentir um
pouco culpados. Mas somente otimismo não seria realista, certo?
Além
disso, haverá sempre as ameaças que nós, como indivíduos, não
temos controle algum. Para entender isso, podemos nos perguntar: quem
são os que fazem o dano real em nossas sociedades e planeta?
Poderíamos
dizer que são, por exemplo, as corporações, os bancos, os
governos, as igrejas... A maioria destas entidades não cansam de dar
provas que orquestram, de fato, a maioria das catástrofes humanas
que estamos experimentando. Estratagemas tais como incorporações
enormes, monopólios, controle global de sementes e alimentos (vide o
patenteamento de sementes!), desastres ambientais e externalização
de custos.
Um
exemplo clássico de externalização de custos pode ser o que o
"livre mercado" opera é a exportação para reciclagem.
Uma grande empresa, que deseja manter a boa imagem de "verde",
incentivadora da tal reciclagem, alardeia que recicla todos os seus
dejetos. Na verdade, faz ainda "melhor" do que isso.
Transporta tudo até a Índia (isso mesmo, Índia) e lá, com toda a
sua benevolência, opera uma estação de reciclagem, o que ainda
promove o desenvolvimento econômico daquele país!
O
fato é que, recolher, reciclar (de fato) no seu país é muito caro.
Então, a solução barata é enviar LIXO, provavelmente sem condição
alguma de real reciclagem, para um lugar onde as leis ainda não são
tão eficazes contra este tipo de exploração. Lá, onde ninguém
vai para saber se a reciclagem ocorre de fato, o lixo é simplesmente
amontoado ou queimado, gerando poluição extraordinária no local
de destino. Assim, o "custo" de reciclar, que seria alto no
país "A" é externalizado
para
a Índia, que acaba absorvendo todos os custos ambientais, sociais e
espirituais de ver suas cidades e vilas tomadas por tais dejetos.
Esse
é um exemplo icônico de externalização. Entretanto, o Capitalismo
e seus braços tem se especializado pesadamente em sofisticar o
conceito de externalização de modo que, apenas mentes conscientes e
treinadas, podem identificar tais estratégias. E mais, as mídias de
massa são ostensivamente utilizadas para mascarar e iludir todos os
tipos de públicos para que não percebam ou reajam as
externalizações em curso.
Nossa
primeira reação ao ler uma histórias como do lixo exportado tende
a ser de impotência.
"Eles
são gigantes e nós, apenas um grão de areia na praia. Simples
pequenos consumidores, empregados. Não podemos fazer nada. Alguém
tem que parar isso!"
Mas
ATENÇÃO!
Quando
dissemos "ELES" ou, "ALGUÉM" tem que parar isso,
estamos fazendo nada menos do eles. Estamos EXTERNALIZANDO!
Nós
literalmente delegamos a responsabilidade de volta para eles ou para
outra entidade, outro grupo. Ironicamente, muitas vezes nós mesmos
trabalhamos para eles. Nós extraímos nosso salário trabalhando
para (talvez) Monsanto! No frigir dos ovos, é assim mesmo.
Precisamos de dinheiro para comida, casa, carros, educação,
informática, saúde, seguros, entretenimento e aposentadoria. Sem
falar nas nossas carreiras e auto-realização! Temos que "ser
alguém na vida, vencer!" Basicamente, precisamos de tanto
dinheiro quanto pudermos ganhar.
Isso
é exatamente o que nós (autores deste artigo) vínhamos fazendo por
muitos e muitos anos.
Como
desculpa para todas as nossas decisões e ações, essas necessidades
se encaixavam muito bem. E é certamente muito mais fácil ficar na
zona de conforto, protegido por antigas defesas como "é assim
que o sistema é; nós somos demasiado pequenos e eles são gigantes
governando o mundo com uma mão invisível".
E...
não fazemos nada. Talvez separemos o lixo "seco" do
"orgânico", talvez (e ainda é muito raro, meu Deus do
céu) evitamos as sacolas plásticas do supermercado porque não é
bom para o meio ambiente. E nossa parte está feita. Ponto.
Nós
literalmente exteriorizamos os impactos e as conseqüências de
nossas ações e acabamos sendo imensamente similares às corporações
e instituições -eles- que estamos culpando por todo a degradação
ambiental, social e espiritual. Vegetamos, cegos, em apatia.
Mas,
felizmente, ELES dependem de ... nós.
Eles,
as corporações, governos, igrejas, bancos não existem sem nós,
consumidores, eleitores e contribuintes, crentes, empregados, etc. A
Monsanto (a empresa que quer controlar todas as sementes deste
Planeta e envenenar cada fruto ou planta existente com seu RoundUp)
não existiria se os clientes não comprassem seus produtos. Nós não
comeríamos organismos geneticamente modificados (GM), se
plantássemos a nossa comida ou comprássemos de agricultores
orgânicos locais. Os bancos não cobrariam taxas de juros ridículas
sobre empréstimos, se não houvesse cliente solicitando empréstimo.
Simples assim.
Tudo
isso quer dizer que, hoje, a esperança de recobrar a dignidade
humana depende, em primeiro lugar, em nós
mesmos,
os
humanos e, como um efeito colateral necessário, recuperar do
equilíbrio ecológico da Terra.
Mas
como? O que deve cada um de nós fazer? Nenhuma idéia sobre
alternativas?
Bem,
protestar poderia ser uma abordagem. Mas talvez sintamos que seja
inócuo protestar contra eles.
Eles
são muito grandes - eu concordo - e
eles
são uma espécie de "nós", já que fundamentalmente
precisam de nossa energia para sobreviver. Seria, então, muito
contraditório e infantil protestar contra o "nós" mesmos.
Assim, parece ser muito mais inteligente percorrer os caminhos da
aprendizagem, do planejamento, da mudança, da ação, mas sempre
seguindo a comunicação
não violenta.
Praticar o silêncio em vez da luta, positividade em vez de raiva,
ação para substituir a apatia de nossas vidas.
Com
relação a eles,
podemos começar apenas parando de alimentar e seus bolsos e
esvaziando seus escritórios. Desaparecer dos supermercados, começar
a procurar uma ocupação diferente (há vida lá fora!), sair
caminhando para longe do posto de gasolina, dirigir muito menos,
investir a nossa preciosa economias em coisas com energia solar e
fazer esmaecer os contratos com as empresas de energia elétrica, etc
. Silenciosamente, com os nossos familiares, vizinhos e amigos,
construir um novo estilo de vida!
Mas
e sobre comida, casa (hipoteca), carro, educação, informática,
saúde, ar-condicionado, seguros, entretenimento, socialização,
férias, aposentadoria, carreira, auto-realização? Tudo o que nos
foi tão visceralmente ensinado a procurar desde sempre?
Há
vida lá fora. Há incontáveis alternativas para se viver e, aquelas
que incluem verdadeira liberdade começa com independência
alimentar e saúde. Não se pode comprar isso. Mas construir. E não
há tampouco receita, mas sim, responsabilidade pela própria vida,
busca de conhecimento e bons princípios. Falamos sobre conhecimento
holístico, sabedoria, coragem e uma grande ajuda: A Natureza!
Gostaríamos
imensamente de evitar debates desagradáveis (para alguns) sobre
os sistema de vida atuais baseados em petróleo barato (e finito), em
sociedades e estilos de vida de consumo. Mas tudo isso, em nossa
opinião, tem que ser discutido mesmo quando - compreensivelmente -
alguns crêem ter "nada há ver" com estes aspectos.
Pelo
menos, nos sentimos responsáveis em compartilhar a
oportunidade de trazer cada vez mais consciência sobre a história
não contada das nossas próprias vidas, mascarada por meios
convencionais e pelas instituições dominantes contemporâneas.
O
que cada um de nós vai fazer com essas informações é, de fato, do
livre arbítrio - um dos melhores presentes recebidos pela humanidade
- de cada indivíduo. Mas vamos sempre lembrar que haverá impactos
para cada ação que tomamos, Incluindo - e talvez principalmente -
negligenciar o nosso próprio conhecimento.
Então,
o que de fato resta para cada um de nós é uma grande variedade de
escolhas.
Nós
podemos escolher!
Todo
esse debate anterior foi exclusivamente destinado a pavimentar o
caminho do encorajamento àqueles a procura de alternativas, seja
para aumentar a felicidade ou se preparar para uma nova era, sem
combustíveis fósseis baratos - que na verdade já começou.
Alternativas.
Uma Revolução Silenciosa.
Ao
longo de nossa jornada recente, uma incrível variedade de novos
conceitos e idéias foram descortinadas para nós. Queremos
compartilhar a parte positiva de tudo isso, que são principalmente
as alternativas
que encontramos e até nos apaixonamos, podemos dizer. Vemos a
existência de uma nova, baseada na cooperação em vez da competição
e nos sentimos como sendo - junto com toda a humanidade imbuída de
boa vontade - aqueles responsáveis por ajudar na pavimentação do
caminho para tal era.
Em
um próximo post, queremos compartilhar uma das grandes alternativas
para a vida, com a qual entramos em contato na Tailândia - um país
muito especial, por sinal. É chamado de Permacultura, termo que foi
cunhado pelos Australianos Bill Mollison e David Holmgren, no final
dos anos 70. O verbete é a contração de agricultura
permanente
ou cultura
permanente,
simplesmente. Embora o nome inclui agricultura, é um conceito
holístico, que diz respeito a pessoas que vivem em cidades,
subúrbios ou em áreas rurais.
Achamos
que Permacultura é um estilo de vida, mas há uma série de outras
definições para ela. É uma abordagem holística da vida e ajuda
pessoas e comunidades locais a viver com liberdade, autonomia e
auto-suficiência, tendo como bases para isso os conhecimentos
ancestrais e modernos, o respeito irrestrito pelo Ser Humano, pela
Natureza, a divisão de excedentes. Além destes princípios, é
fundamental retomada da responsabilidade dos humanos pelas próprias
vidas, evitando a "delegação" para sistemas falhos,
incorretos e altamente dependentes de combustíveis fósseis finitos.
E
há algo de muito encorajador em tudo isso: temos visto e trabalhado
em muitos
projetos de permacultura, como voluntários, e descobrimos que
existem milhões de pessoas que já vivem a Permacultura em todo o
planeta!
Tudo
isso faz parte de uma grande mudança na humanidade. Vem sendo
chamada de A Revolução Silenciosa. Boca a boca, projeto a projeto,
o mundo está mudando. E para melhor! Só não espere ouvir muito
sobre isso nos meios de comunicações tradicionais, ainda afogado no
antiquado mundo da indústria do Petróleo e associados.
Esperamos
poder em breve publicar o post sobre permacultura, um assunto
fascinante, com certeza. De qualquer forma, você pode procurar o
tema na internet e vai encontrar publicações fantásticas.
Enfim,
o aquecimento global não é uma falácia. O grande sistema de vida
da Terra está perigosamente ameaçado. Entretanto, em dois anos numa
jornada ambiental de volta ao mundo, concluímos que a catástrofe
mais grave e iminente é o caos psicológico e social em que,
aceleradamente, mergulha a Humanidade, vítima de si mesma.
Entretanto,
há muitas alternativas para reverter ou minimizar o colapso total da
vida na Terra, bem como para recuperar a dignidade social e a Paz de
Espírito. Não obstante, qualquer ação neste sentido deve
obrigatoriamente promover quebra completa dos paradigmas do
crescimento
econômico infinito num Planeta que é finito,
encerrar a dependência de
energias não-renováveis e
principalmente - diretamente ligado a tudo isso -
mudança radical do estilo de vida de cada indivíduo - hoje baseado
em consumo - para
modelos baseados em
auto-suficiência e baixíssimo impacto. Uma
das grandes alternativas, já testada e em plena disseminação no
mundo, é a
Permacultura.
Esperamos
que este texto tenha agregado, ao amigo leitor, boas informações e
encorajamento.
Como
de costume, comentários, críticas ou qualquer palavra sobre as
nossas postagens são realmente bem-vindos!
Francis
e Raquel
(1) filme
Piratas do Vale do Silício, de Martyn Burke
**
Para saber mais sobre o erros do calendário Gregoriano e como passar
a utilizar calendários naturais, procure por "calendário das
13 luas" ou " lei do tempo". O escritor mais conhecido
sobre o assunto é José Argüelles.
Leia:
Time and the Technosphere: The Law of Time in Human Affairs.
Inner Traditions/Bear & Company. (2002)
OK! EU li! No aguardo pela continuação...Só vou conseguir discutir esse texto com você bebendo cerveja. Mas concordo com 98% do que vc escreveu.
ReplyDeleteSe fica viajando de avião pelo mundo, ai não ha jeito, as emissões de CO2 de voces ultrapassam as emissões dos que ficam um so lugares. ;)
ReplyDeleteTo aproveitando para deixar um resumo de algumas ideas, que gostaria que fizesse parte do debate sobre o aquecimento global.
Minha opinião e que sim e possível ajudar a natureza a achar novo ponto de equilibro para o nosso eco-sistema.
To simplificando o problema para tentar achar idea de soluções, ta ?
Um dos maior problema que o volume das aguas nos oceanos vai aumentando ( dilatação termica + gelos que derretendo), no caso a solução mais simple em qual pensei e que poderia armazenar o excesso de agua em outros locais. Poderia aproveitar a criar grande reservatórios aonde a agua esta faltando, poderia trazer agua nas regiões desérticas do planeta (no deserto do gobi ou do sahara, sei la), encher por exemplo o mar Cáspio (que ja ta a quase 100m em baixo do nivel do mar) e/ou armazenar agua no Antartica aonde o gelo nunca vai derreter.
Nao e suficiente, criar local para armazenar agua, também teria que diminuir o excesso de CO2 na atmosfera. O problema e que não existe nenhum mecanismo para compensar as emissões de CO2, se queremos inverter a tendência atual e necessário captar o CO2, pelo quando nada melhor e a fotosintesse das plantas para esse trabalho, no caso pensei que poderia abrir grande fazenda nos oceanos, para criar algas. Uma parte das algas poderiam ser aproveitado para gerar uma renda e financiar o projetos (comida, combustível, etc....), outras parte para ser armazenadas no lugares donde vem o carvão e petróleo, em baixo da terra.
Se gostou, pode compartilhar a vontade o que escrevi aqui.